Por Camila Boff
Quem precisou acompanhar os atos de campanha desta eleição torceu para esta segunda-feira chegar. Quem não tem obrigação profissional ou um grande envolvimento partidário já havia abandonado o barco há tempo. Tudo culpa do baixo nível que os dois lados alcançaram, com direito a lenha na fogueira por conta da imprensa.
Um dos atos foi protagonizado pela revista Veja, que se acha poderosa ao ponto de classificar o trabalho dos colegas: para ela o jornalismo da Globo é bom e o do SBT é mau. O que causou a categorização foram as reportagens das duas emissoras sobre o episódio do objeto voador não-identificado que atingiu a cabeça de José Serra em uma caminhada de campanha. A Globo recrutou o perito Ricardo Molina para analisar as imagens, em contraponto à reportagem do SBT. Aliás, esse deve ser o único profissional da área – analisa desde agressões a presidenciáveis até supostos extraterrestres. Na edição desta semana, a revista teve que publicar uma nota do SBT que explica o tratamento que emissora realmente deu ao fato – e que foi ignorada pelo periódico.
O debate do segundo turno da Globo foi uma das tentativas que forçou um discurso superior na imprensa. O diálogo era com eleitores teoricamente indecisos (apesar de um deles ter aplaudido de pé José Serra e outro ser cientista político – se um especialista não consegue decidir, nós, leigos, estamos perdidos!). Isso obrigou Dilma e Serra a apresentarem suas propostas a partir das histórias de personagens reais.
No fim, a esperada segunda-feira ainda trouxe resquícios do baixo nível da campanha, tendo como exemplo maior o caso da paulista que queria afogar os nordestinos. Sinal de que todos, jornalistas, candidatos e eleitores se envolveram na batalha. Resta saber se a patrulha vai continuar. A acompanhar.
Um comentário:
Na abertura ainda tem alguns verbos passivos em excesso.
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